Tecnologia Medicinal

História da MedicinaDo Século XX em Diante: O Papel da Tecnologia

A medicina moderna e a tecnologia parecem inseparáveis. A descoberta dos raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) em 1895 possibilitou a observação dos órgãos internos do corpo. Isso facilitou o diagnóstico de fraturas ósseas, câncer, e outras doenças. Pouco tempo depois, Willem Einthoven (1860-1927), fisiologista holandês, inventou o primeiro eletrocardiógrafo. O aparelho registra a atividade elétrica dos músculos do coração, possibilitando o monitoramento de problemas cardíacos. Em meados do século, cateteres—tubos ocos e finos que podem ser usados para drenar fluidos ou administrar medicamentos—foram inseridos no coração e no fígado. Muitos dos avanços ocorreram na área de investigação por imagem, permitindo aos médicos ver os órgãos sem abrir o corpo. As tecnologias incluem imagens por ultra-som, tomografia computadorizada, tomografia por emissão de pósitrons (PET) e ressonância magnética. O diagnóstico, embora ainda seja uma arte, tornou-se também uma ciência.

 

Tomografias

As imagens mostram diferentes tomografias da cabeça e do pescoço humanos. As tomografias e outras tecnologias de investigação por imagem levaram a enormes avanços no diagnóstico de doenças sem cirurgias desnecessárias.

 

A ressonância magnética por imagem

Imagem gentilmente cedida porLinda Hubbard Gulker. (em inglês)

A ressonância magnética por imagem (RMI) é outra ferramenta que facilitou o diagnóstico de doenças pelos médicos.

 

Diálise

Imagem gentilmente cedida porBen Franklin Technology Partners(em inglês)

A diálise remove toxinas do sangue em pacientes com doença renal.

Os raios X, evidentemente, são uma forma de radiação, que é nociva ao organismo. Os radiologistas aprenderam a usar as doses mais baixas possíveis na investigação por imagens. Eles também aprenderam a usar raios X direcionados e outras formas de radiação para destruir células indesejadas. Conseqüentemente, a radiação se tornou um tratamento padrão para o câncer.

Talvez nenhuma outra área tenha sido tão afetada pela tecnologia como a cirurgia. As várias tecnologias de varredura levaram os cirurgiões às partes mais profundas do corpo, permitindo cirurgias invasivas radicais. Por outro lado, endoscópios flexíveis, baseados em tecnologia de fibra óptica, surgiram na década de 70. Eles permitiram aquilo que chamamos de cirurgia laparoscópica, na qual o endoscópio, equipado com um laser que corta como um bisturi, é inserido através de uma minúscula incisão. Esse tipo de cirurgia tornou-se comum para hérnias, vesículas biliares e rins, e joelhos.

Em meados do século XX foi desenvolvida a máquina coração-pulmão. Ela fornece um meio artificial de se manter a circulação sanguínea, mantendo o paciente vivo enquanto o cirurgião opera o coração parado. Essa técnica, chamada de circulação extracorpórea, tornou as cirurgias cardíacas praticamente rotineiras, incluindo a substituição de válvulas cardíacas e a revascularização do miocárdio.

 

controle da anestesia durante a cirurgia.

Foto gentilmente cedida por G. M. Woerlee, “As Maravilhas da Anestesia Geral. (em inglês)

A anestesia é uma parte importante da cirurgia. A sala de cirurgia moderna conta com uma grande variedade de equipamentos para a administração, monitoramento e controle da anestesia durante a cirurgia.

próteses de membros

Imagem gentilmente cedida por Dayna Smith/Washington Post(em inglês).

A tecnologia permitiu grandes avanços na área de próteses de membros. Partes do braço biônico podem ser controladas pelos pensamentos do usuário, permitindo movimentos mais naturais.

Órgãos artificiais são outra grande invenção do século XX. Embora o transplante seja o ideal, não há órgãos suficientes para as pessoas que precisam deles. Os órgãos artificiais podem manter os pacientes vivos enquanto eles aguardam a cirurgia. O aparelho de diálise renal é um dos exemplos mais antigos disso. O primeiro rim artificial foi inventado em 1913. A hemodiálise, feita pela primeira vez pelo cientista holando-americano Willem Kolff  (1911-, atualmente prolonga a vida de vários pacientes com insuficiência renal. Corações artificiais também foram desenvolvidos. Diferentemente das máquinas de diálise incômodas, estas são na verdade implantadas no corpo. Durante um tempo houve a esperança de que elas pudessem ser implantes permanentes, resolvendo assim o problema da falta de corações verdadeiros para transplante. Contudo, poucos receptores viveram mais de meio ano. Outros corações artificiais foram desenvolvidos para atuar como pontes, a fim de manter os pacientes vivos até que um coração de verdade estivesse disponível.

Grandes esforços foram feitos para o desenvolvimento de próteses que pudessem substituir membros perdidos. Não muito tempo atrás, os membros artificiais eram feitos de metal e madeira; o exemplo mais antigo de que se tem relato é de cerca de 300 a.C. O plástico passou a ser usado em meados do século XX. Atualmente, materiais avançados, como fibra de carbono, plásticos e metais de alta tecnologia, permitem que os pesquisadores criem dispositivos operados por eletrodos conectados aos músculos. Os membros artificiais mais avançados são controlados por microchips.

Assim como em várias outras áreas, os computadores têm desempenhado um papel fundamental nos avanços da medicina moderna. Os computadores são um componente importante da tecnologia de varredura. Eles operam os aparelhos em salas de cirurgia e unidades de terapia intensiva. Registros médicos e prescrições de medicamentos podem agora ser transmitidos em formato eletrônico. E a ciência por trás das modernas práticas médicas baseia-se em pesquisas que se valem de computador. O mapeamento do genoma humano teria sido impossível sem os computadores para montar e analisar a vasta e complexa gama de dados.

Apesar de todos esses avanços, muitas doenças ainda não têm um tratamento adequado. Embora muitas doenças possam ser prevenidas, há outras que ainda devastam famílias e comunidades. E muitas pessoas não têm acesso a atendimento médico adequado para doenças que podem ser curadas ou prevenidas. O que o futuro nos reserva?